quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Felina


Quando chego, ela não quer saber de onde venho, nem o que trago, nem o que sinto - ela não se comove, não sofre nem fica desesperada ou eufórica - ela simplesmente vem até mim, serena e calma, me envolvendo em sua paz.
Ela não me cobra nada. Tem suas necessidades que não vão além daquilo que posso lhe oferecer.
Ela sente prazer em estar comigo e demonstra, à sua maneira, sutil e delicada.
Ela não faz planos nem vive de sonhos, não tem frescuras, porém, muitas manias (adoráveis!).
Ela não quer me mudar mesmo havendo tantos defeitos em mim, me aceita e não me julga.
Ela sabe quando preciso de atenção ou preciso apenas ficar sozinha (mesmo assim não me deixa e me envolve com sua presença sem imposição ou queixa).
Eu sei que ela me ama e eu amo com o sentimento mais puro e belo que já experimentei, por isso, espanta-me esse amor que é maior que qualquer um que eu possa declarar, que é melhor porque me faz melhor (eu a amo incondicionalmente!).
Sei que sofrerei se ela partir e sentirei a ausência que deixará um vazio cruel em meu coração (é o risco que se corre quando se ama).
Enquanto posso, nutro-me desse elixir de paz e felicidade, e agradeço aos céus por esse presente que já é pra mim uma razão para estar nesse mundo e não pensar em partir.
E ao chegar o crucial momento no qual a despedida for inevitável, sua lembrança será o meu refúgio e viverei eternamente embalada por um sonho lindo do qual tive o privilégio de viver com toda intensidade.


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