quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Alteza


A princesa, em trajes reais, esconde mais que suas anáguas. 
O espartilho que harmoniza sua silhueta às retinas masculinas não deixa passar a ansiedade em seu peito, a angústia de sentir-se escrava do mundo das formas, de pinturas, joias e tecidos. 
A princesa quer montar a cavalo, sujar os pés, rasgar o vestido.

A princesa é pássaro cativo, é rês bravia, flor selvagem, mas não há quem vislumbre e mensure a mágica de seu maravilhoso mundo por trás do pó de arroz.


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